Sobre este livro:
A juventude é a época em que costumamos nos revolucionar, grandes acontecimentos foram promovidos por jovens cheios de saúde e ávidos por mudanças. Eu fui um desses, inconformado com a situação do país e principalmente com aquilo que acontecia ao meu redor (apesar de nunca ter me envolvido em nenhum grande evento); muita luta, muito sofrimento, humilhação, trazido principalmente pela situação financeira desfavorável, muita solidão... coisas que, juntamente com as letras inspiradoras do rock nacional, geraram em minha mente os versos que estão entranhados nestas páginas. O novo, ou se preferirem, o velho Cristiano era tão solitário que um dia chegou a desabafar “preciso me libertar’” e admirar Michele, a “Garota dos olhos que eu sempre quis”, sem nunca ter se declarado; a situação financeira era tão caótica que ele chegou a considerar certos bichos peçonhentos como “bichinhos de estimação”; quanto a humilhação, esta era a pior, falo isso me relacionando a situações vividas dentro do próprio bairro e cidade, o que ocasionou a elaboração de “A bela flor da cidade” "Sujeira Demais”, “Toque de Recolher” dentre outros; destes outros está “Estão por Fora” que, talvez entendam como um incentivo a violência quando se dirige às autoridades, mais não se trata disso, e sim de um registro do trabalho errado de certos bandidos uniformizados, digo isso porque durante essa época ‘revolucionária’ eu e alguns de meus familiares tivemos que sair de dentro de casa, forçados por essas pessoas, para sermos revistados, como se estivéssemos cometido algum delito, apenas por bel prazer deles. Chegando a idade que estou agora, não deixei de ser um revolucionário, porém, os pensamentos vão se modificando a medida que envelhecemos e vamos ganhando mais experiência pra lutar.