Sobre este livro:
Este livro se origina da dissertação de mestrado que defendi em 1992 no Curso de História do Departamento de Ciências Humanas da Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Sua publicação hoje, quase vinte anos depois, atende a uma necessidade que se torna a cada dia mais impositiva: a retomada da ortodoxia marxista como instrumento de conhecimento e transformação da realidade social. Pois foi este o objetivo da fundação, em 1961, da Organização Revolucionária Marxista, que logo passou a ser conhecida como P.O. ou, mais frequentemente, Polop, formas abreviadas do nome de sua principal publicação, o jornal Política Operária.
A confluência de múltiplos fatores históricos fez com que o reformismo clássico sintetizasse à época da fundação os desvios e adulterações do marxismo. Que se enfatize, contudo, que tais adulterações ainda eram feitas sem que se abjurasse abertamente a teoria marxista. Negava-se o marxismo com livros e fotos de Marx nas mãos. Hoje a situação se configura mais grave, muito mais grave. De lá para cá, o capitalismo percebeu que era necessário levar a níveis muitíssimo mais agudos e agressivos sua luta política e ideológica contra o marxismo, contra a arma teórica sem a qual, afirmou Lênin, não se pode falar rigorosamente em prática revolucionária.