Em volta do jardim havia um bosque de avelãs e mais adiante se estendiam os campos e os prados, nos quais havia vacas e ovelhas; porém no meio do jardim havia uma roseira em plena floração. A seus pés estava um caracol, o qual valia muito, segundo a sua própria opinião.
- Espere que chegue o meu tempo dizia. - Farei muito mais do que dar rosas, avelãs ou leite, como as vacas, ou ovos como as galinhas.
- Espero muito de você - respondeu a roseira. - Poderei saber quando veremos essas maravilhas que tanto anuncia?
- Levarei para isso o tempo que achar necessário - replicou o caracol. - Você sempre tem tanta pressa em seu trabalho, que não chega a despertar a curiosidade de ninguém.
No ano seguinte, o caracol estava quase no mesmo lugar de antes, isto é, ao sol e ao pé da roseira; esta estava cheia de botões, que começavam a abrir-se, mostrando umas rosas magníficas, sempre viçosas e novas.
E o caracol, mostrando meio corpo para fora da concha, esticou seus tentáculos e os encolheu novamente, para voltar a esconder-se.