Sobre este livro:
Sertão Banhado em Sangue e Lágrimas é fruto da oralidade, das histórias contadas por meus pais, Zé João e Marieta de Zé João, na roça, seja plantando, limpando ou colhendo, ou nas noites de lua cheia, sentados (eu quase sempre deitado) na calçada alta da casa onde morávamos, localizada no Sítio Rosário, zona rural do município de Potengi-CE, local onde nasci e morei até os meus doze anos de idade.
Na trama desse romance, viajamos ao Sertão Nordestino do início do século 20, tempo em que um homem era medido por sua palavra, coragem e força para o trabalho. Um sertão marcado pela pobreza, pela fome e pela simplicidade das pessoas que viviam totalmente dependentes da chuva e/ou da “bondade” dos patrões.
Sertão Banhado em Sangue e Lágrimas retrata uma característica marcante da época e que se passa a história, que é “brutalidade” dos homens; ninguém suporta uma “desfeita”, quase tudo era resolvido na bala ou na faca. Tempo em que as brigas de famílias aconteciam com frequência e que quando iniciadas só terminavam quando da morte de pessoas dos dois lados.
Por tratar sobretudo dessas questões, o romance foi classificado por minha esposa, a quem respeito por demais o ponto de vista e as críticas sobre o meu trabalho, como “muito violento”. Entendi, mas “essa violência” faz parte do enredo o qual queria dividir com o leitor, do sertão que queria descrever, inspirado nas histórias que ouvi ainda criança e que me chamava bastante atenção.
Por fim, o cavalo está selado. Monte-o e viaje no tempo, conheça um nordeste diferente dos dias atuais, mas encantador. Boa leitura!