Sobre este livro:
“Fímbria – ou na morte da nossa hora“ trata dos limites. Os poemas são amarrados pela ideia de que passamos repentinamente pela existência e que os limites vão sendo rompidos a cada instante, esfacelando-se até que apenas reste a noção de “entre”, que é fato de nos entendermos sempre ser e não-ser. É como diz um dos poemas do livro:
Sou o que passa,
repentinamente,
pelas cercas nas longas estradas,
pelos caminhos sem beiras,
pelos contornos de instantes se esfacelando,
continuamente.
Sempre passagem
- chegando e saindo –
deixo de ser livre para não ser prisioneiro.
Sempre ser e não ser.
Sou o entre.